Lidando com a dispensa de forma educativa

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Dispensa médica e dispensa de trabalho
Tipo: Metodologias

No decorrer do ano, é comum o professor se deparar com a situação de alunos que apresentam atestados de dispensa das aulas de Educação Física, pelos mais diversos motivos: lesões, fraturas, doenças crônicas, trabalho e outros.

A atitude mais comum da maioria dos professores da área é recolher o atestado do aluno e dispensá–lo das aulas, ou pedir um trabalho pouco significativo tanto para o aluno quanto para o professor. O objetivo desta dica é oferecer algumas possibilidades para minimizar esse problema.

Em primeiro lugar, sugerimos que o professor formalize essa situação, evitando receber o atestado em momento ou lugar inadequado (corredor, cantina etc.) e que marque uma entrevista com o aluno para receber o atestado e discutir o motivo da dispensa. Algumas questões podem ser feitas em relação ao aluno que apresenta dispensa:

  • O aluno está impossibilitado de fazer qualquer tipo de atividade física?
  • Qual o período de duração da dispensa?
  • Quais foram as recomendações médicas?
  • Em caso de dispensa de trabalho, que tipo de trabalho esse aluno realiza?Tudo isso deve ser anotado no diário, para posterior acompanhamento. Feito o diagnóstico, o professor deve adequar uma alternativa às reais possibilidades do aluno. Por exemplo:
  • O aluno não pode correr, mas pode realizar um trabalho de alongamento ou caminhada.
  • O aluno está se recuperando de uma fratura, talvez possa usar a aula para fazer exercícios de fisioterapia.No caso do aluno totalmente impossibilitado de realizar a aula prática, o professor deve esclarecer que a Educação Física trabalha também com elementos teóricos e discutir uma forma de prosseguimento de trabalho adequada à situação.

    Por exemplo, o aluno pode ser técnico de uma equipe, organizar um campeonato, ser juiz (em alguns esportes), estudar tática, ler um livro relacionado ao assunto, fazer um seminário para os colegas, preparar uma trilha sonora para uma aula de dança.

    Quando o motivo for profissional, talvez um trabalho teórico venha a sobrecarregar o aluno, pois sabemos que é muito difícil conciliar estudo e trabalho. Além do mais, cabe ao professor orientar para que esse aluno não se torne uma pessoa sedentária. Junto com ele, é possível encontrar atividades físicas compatíveis com a situação, tais como:

  • Caminhar ou andar de bicicleta pode ser uma boa solução para a manutenção da saúde. O aluno pode utilizar os percursos casa–trabalho, trabalho–escola ou escola–trabalho.
  • Planejar para o aluno uma planilha de exercícios que ele possa fazer nas horas vagas: alongamentos, exercícios localizados e aeróbicos.
  • Orientá-lo para que ele reivindique de seu empregador atividade física para os empregados e prevenção para trabalhos que envolvam esforços repetitivos.

Por fim, é importante marcar retornos freqüentes com esse aluno para fazer um acompanhamento. Esse trabalho deve ser avaliado pelo professor com a mesma seriedade dada ao restante da turma.

Agindo dessa forma, o professor valoriza a sua disciplina ao ampliar o seu raio de ação, evitando que alunos usem a dispensa como “desculpa” e, ao mesmo tempo, acolhendo os alunos que apresentam uma impossibilidade real, mantendo-os inseridos no grupo e vinculados à disciplina.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Jogue tênis com raquete adaptada

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 1ª a 4ª
Assunto: Jogo motor
Tipo: Metodologias

Esta atividade tem como objetivo fazer com que os alunos desenvolvam a criatividade e participem da experiência de “jogar tênis”, desenvolvendo habilidades e capacidades como rebater, desenvolver a orientação espaço-temporal e a coordenação motora grossa.

Material necessário para a raquete: um cabide de arame, pedaços de arame, uma meia-calça de seda e fita crepe. O professor pode ter por perto um alicate para resolver pequenos problemas.

A proposta é que as crianças deformem o cabide com as próprias mãos, transformando-o em uma forma arredondada ou oval com um cabo reforçado por um arame duplo, como nas raquetes. Veste-se, então, a cabeça da raquete com uma perna de uma meia-calça de seda e enrola-se bastante fita crepe no cabo da mesma, fixando-se assim a meia-calça no arame.

Uma bola de meia é ideal para ser usada com esse tipo de raquete, permitindo uma exploração do material, tanto em propostas individuais, quanto em duplas, ou mesmo em pequenos grupos.

Os alunos podem controlar a bola com a própria raquete:

  • bater com a raquete na bola consecutivamente;
  • bater na bola, andando para frente ou para trás; em cima de uma linha;
  • acertar um determinado alvo com uma bola jogada pela raquete.

As propostas em duplas podem envolver jogos sem rede; com rede baixa ou alta; com ou sem limitação de campo; com ou sem limitação de número de “raquetadas” por jogador.Em grupos, os jogos podem ser em rodinhas, e seu objetivo é não deixar a bola cair no chão. A distância entre os jogadores vai se alterando segundo o domínio das habilidades envolvidas. Cabe também a sugestão de jogos com rede, envolvendo três contra três, quatro contra quatro.

As próprias crianças podem ir elaborando seu jogo, conversando sobre as regras, que devem ser, sempre, mediadoras do desafio e do prazer. O professor deve estar atento para sempre colocar novos desafios, capazes de provocar uma desestabilização momentânea e a busca de um sucesso.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Jogos de luta

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 1ª a 4ª
Assunto: Consciência corporal
Tipo: Metodologias

As brincadeiras de luta representam uma necessidade infantil manifestada principalmente entre os meninos, sendo na maioria das vezes reprimidas e punidas.

A proposta é fazer uso de jogos de lutas, nos quais essa necessidade de contato corporal seja suprida de forma organizada e a criança possa expressar seu ímpeto em condições seguras, possibilitando a liberação da agressividade sem deixar de lado o reconhecimento do outro. Afinal, lutar com o outro é, antes de tudo, encontrá-lo fisicamente.

Ao longo da atividade, propicia-se que a criança:

  • Faça uso de uma variedade de deslocamentos, apoios e condutas motoras que contribuem para aperfeiçoar a sua imagem de corpo em construção.
  • Reconheça ser mais leve ou mais pesada; mais alta ou mais baixa; mais ágil ou mais lenta do que seu colega.
  • Desenvolva estratégias de ataque e defesa que se refinam com a análise das atitudes do adversário, pois qualquer desequilíbrio ou falta de atenção devem ser rapidamente aproveitados.

É importante lembrar que o contato físico com o outro provoca uma grande carga emocional. Os jogos de combate implicam agarrar, dominar, imobilizar, arrastar, empurrar. É preciso aceitar ser jogado no chão, ser imobilizado sob o corpo do outro e ser capaz de controlar todas as emoções que decorrem de tais experiências. Para tanto, os alunos devem contar com a ajuda do professor na conquista do autocontrole sobre impulsos e emoções e no trabalho da solidariedade e da tolerância à frustração.

Todos devem passar pelos papéis de defensor e atacante e observar os colegas. O professor socializa as conquistas individuais dos alunos, enfatizando as melhores estratégias para cada situação, estimulando a reflexão sobre as experiências vividas e ressaltando as diferenças entre os alunos como fonte de riqueza.

Exemplos de jogos:

1. Jogo de posse da bola:

Em duplas, uma das crianças, em posse da bola, tenta de todas as formas impedir que a outra a tome de suas mãos, em um minuto de disputa. À espera do sinal de início, a ser dado pelo professor, o defensor deve usar o seu corpo para proteger a bola, enquanto o atacante permanece ajoelhado cerca de 50 cm do guardião.

O professor deve banir as brutalidades, combinar e garantir as regras junto com os alunos e enunciar as estratégias possíveis para cada um dos papéis, fazendo com que as crianças verbalizem as tentativas de movimento executadas e suas respectivas intenções.

O defensor procura garantir o maior contato corporal possível com a bola, fazendo uso de todo o seu corpo para protegê-la. Pode resistir aos ataques, girando sobre seu próprio corpo e puxando a bola presa pelo adversário. O atacante, por sua vez, age diretamente sobre a bola, tentando agarrá-la e desprendê-la das mãos do colega, puxando-a e empurrando-a. Também pode agarrar o colega e tentar afastar seus braços ou suas mãos.

2. Jogo de deslocamento forçado:

Em duplas, dentro de um espaço quadrado delimitado, medindo 2m X 2m, uma das crianças tenta, de todas as formas, retirar a outra desse espaço, em um minuto de disputa. À espera do sinal de início, a ser dado pelo professor, as crianças devem permanecer ajoelhadas, no centro do quadrado.

O professor deve lembrar que as ações sobre o adversário não podem ser violentas e combinar, junto com os alunos, as possíveis estratégias de defesa e ataque.

Fonte de pesquisa adicional:
OLIVIER, Jean-Claude. Das Brigas aos Jogos com Regras: Enfrentando a Indisciplina na Escola. Porto Alegre: ARTMED, 2000.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Jogo de Construção e Criação

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 1ª a 4ª
Assunto: Trabalho com sucata
Tipo: Jogos

Dentro da pedagogia infantil, os jogos de construção são uma etapa de transição entre os jogos simbólicos (faz-de-conta) e os jogos sociais (jogos de regra). Eles são de grande importância porque permitem à criança explicitar sua visão de mundo concretamente, revelando seu universo interior (medos, fantasias) por meio dessas construções.

Esta atividade tem por objetivo fazer com que os alunos desenvolvam a criatividade e a capacidade de elaboração e expressão, além de conscientizá-los sobre a importância da reciclagem de materiais.

Para sua realização serão necessárias sucatas higienizadas, que podem ser trazidas pelas crianças:

  • latas de alumínio;
  • embalagens de caixa de leite (tetrapak);
  • embalagens plásticas de garrafa (pet);
  • tampinhas de garrafa;
  • tubos e caixas de papelão;
  • jornais e revistas;
  • potes plásticos (manteiga, margarina) etc.

Preparação do ambiente:

Antes da chegada dos alunos, misture a sucata ao material da aula de Educação Física (bolas, plinto, bambolê, cones, colchonetes) e deixe-os no centro da quadra. Crie “cantos” na quadra com giz ou fita crepe.

Feito isso, leve os alunos para a quadra e peça para que eles construam livremente algo com o material disponível. Essa construção pode ser feita em trios, duplas ou individualmente.

Ao final da aula, cada grupo ou realizador individual deverá dar um título à obra construída, apresentá-la e explicar seu trabalho aos demais colegas. Se for possível, fotografe o material para uma futura exposição ou para uma apresentação durante o intervalo.

O acompanhamento de todo o processo de construção de cada grupo é muito importante para que o professor possa verificar o grau de elaboração e de expressão dos alunos, e até mesmo observar questões relativas à socialização. Seguramente esta observação indicará caminhos muito importantes para a formação das crianças.

Para aprofundar:
Leia a matéria RPG torna a aula uma aventura

Texto Original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier

Edição: Equipe EducaRede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

História de Pinóquio e Gepeto

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 1ª a 4ª
Assunto: Consciência corporal, articulações
Tipo: Metodologias

Essa atividade deve ser proposta, de preferência, após a criação do Boneco articulado, pois ela propiciará às crianças uma melhor compreensão sobre as articulações e suas possibilidades de movimento.

O professor deve levar os alunos para uma sala de aula limpa, de preferência de piso quente (madeira ou carpete) e pedir que eles tirem os sapatos, deitem no chão em decúbito ventral (barriga para cima) e fechem os olhos. Se não houver sala com essas características, pode-se utilizar outro ambiente e contar com o auxílio de colchonetes.

O professor explica que irá contar uma história e, por isso, é necessário que todos permaneçam em silêncio e que só abram os olhos depois que a história terminar. Quando as crianças estiverem relaxadas e concentradas, contar a história de Pinóquio, com bastante expressividade e detalhes.

Depois de terminar a história, o professor diz aos alunos que Pinóquio é uma marionete e pergunta se eles já viram ou conhecem esse tipo de boneco. Deve explicar que a marionete se movimenta por meio de fios presos às articulações. Se houver possibilidade, pode levar uma no dia da atividade, mostrar ilustrações ou, ainda, mostrar trechos do filme “História de Pinócchio”, de Walt Disney. Em seguida, deve propor a atividade propriamente dita.

As crianças serão divididas em duplas: uma será a marionete (Pinóquio) e a outra será o manipulador (Gepeto). Devem ficar de pé, uma de frente para a outra. Por meio de fios imaginários presos às articulações (cotovelo, pulso, ombro, joelho, quadril e tornozelo), Gepeto deverá manipular Pinóquio, “puxando” ou “soltando” a articulação desejada. Pinóquio só deve se movimentar sob o comando de Gepeto, comportando-se exatamente como uma marionete.

Deve-se trabalhar, inicialmente, uma articulação de cada vez, buscando o máximo de concentração e clareza de movimentos, tanto por parte de Gepeto como de Pinóquio. No decorrer do exercício, é importante que as crianças explorem ao máximo as possibilidades articulares, não se limitando às grandes articulações, incluindo aos poucos as pequenas (pés e mãos) e até a coluna, que é considerada articulada.

Depois de explorar todas as articulações, os papéis são invertidos. Quem era Pinóquio vira Gepeto e vice-versa.

Como última etapa, todos os alunos se transformam em “Pinóquios” e realizam uma “dança” coletiva através de movimentos que privilegiem as articulações.

No fim, o professor pergunta sobre as articulações que eles tiveram mais facilidade ou dificuldade para trabalhar, quais delas são mais independentes ou móveis, e aproveita para reforçar o conceito de articulação.

Fonte de pesquisa adicional:
LABAN, Rudolf. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990.
Filme História do Pinócchio, de Walt Disney.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Expressões do corpo

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Conhecimento do corpo
Tipo: Metodologias

O objetivo dessa atividade é fazer com que os alunos explorem ao máximo o seu potencial expressivo corporal. Para desenvolvê-la, é necessário um aparelho de som, uma sala de aula limpa, fitas ou CDs com músicas instrumentais (sem letra).

Prepare a sala de aula, afastando as carteiras e criando um ambiente acolhedor com uma música de fundo. Converse com os alunos sobre o objetivo da aula e peça-lhes que tirem os sapatos e andem pela sala.

Possibilidades de comandos: ao sinal de uma palma, os alunos devem movimentar-se; duas palmas, devem parar para ouvir a instrução do que fazer.

Instruções:

  • Andar pela sala livremente, sem deixar espaços vazios; nas pontas dos pés; apoiando-se ora na borda interna dos pés, ora na externa; apoiando-se nos calcanhares.
  • Andar normalmente.
  • Explorar as possibilidades de movimentação das articulações: punho, cotovelo, ombro, joelho, tornozelo, coxa, coluna.
  • Explorar as possibilidade de aproximação e distanciamento das articulações, por exemplo: cotovelo e tornozelo; membros.
  • Explorar a movimentação de cabeça, tronco, pernas e braços.
  • Tocar o próprio corpo: quais as partes que conseguimos tocar? Em que partes isso não é possível?
  • Locomover-se de um ponto a outro da sala, sem utilizar passos (saltitando, pulando, girando, fazendo cambalhota); movimentando-se da cintura para baixo (nível baixo); do ombro para baixo (nível médio); do ombro para cima (nível alto).

À medida que os alunos respondem aos estímulos, o professor propõe novos desafios corporais e introduz variáveis com atividades em grupo, por exemplo: criar uma seqüência de movimentos em que as mãos estejam em evidência e apresentá-la aos colegas.

Fontes adicionais de pesquisa:
LABAN, Rudolf. Dança Moderna Educativa. São Paulo: Icone, 1990.
MARQUES, ISABEL A. Ensino de Dança Hoje, Textos e Contextos. São Paulo: Cortez, 1999.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Dupla dinâmica

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 1ª a 4ª
Assunto: Jogo motor
Tipo: Jogos

Pela sua natureza lúdica, os jogos são importantíssimos porque permitem às crianças exercitar suas habilidades e construir a própria identidade como um ser único no grupo, pelo exercício diário com a diversidade.

Essa vivência coletiva é rica em aprendizagens sociais porque permite à criança lidar com perdas e ganhos, frustrações, limitações pessoais, companheirismo, conflitos, tão fundamentais à sua formação. É nessa relação que a criança tem a chance de perceber mais intensamente que a convivência exige um exercício árduo e diário, um trabalho constante. E o olhar permanentemente atento do professor é muito importante para que essas crianças tenham a possibilidade de se tornar pessoas solidárias e comprometidas com o bem-estar social.

Em uma situação de jogo, o professor deve estar preparado para lidar com os conflitos. Não deve evitá-los ou minimizá-los porque eles criam uma situação privilegiada para o questionamento e a construção de valores fundamentais para essa faixa etária.

Nessa medida, as interrupções durante a aula, quando necessárias para a resolução de possíveis conflitos, ou as interferências, não devem ser entendidas como perda de tempo mas, sim, como um espaço privilegiado para esse longo processo. Querer abandonar o jogo antes de seu término; não querer jogar por considerar antecipadamente sua equipe fraca; provocar o time perdedor… são situações que merecem ser discutidas coletivamente porque dizem respeito a todos.

Para a realização desta atividade é necessária apenas uma bola de vôlei de praia meio murcha, ou uma bola de vôlei velha, para não machucar a criança. É um jogo interessante porque cada criança tem o seu momento de evidência, isto é, cada uma delas será o centro das atenções do grupo, tendo que lidar com essa exposição acentuada, alternado com momentos em que ela pode se “dissolver” no grupo, sentindo-se apenas mais uma, sem perder a noção da sua importância na dinâmica coletiva.

Inicialmente, divida a classe em dois grupos e mantenha todos os alunos sentados. Explique-lhes a atividade da maneira que julgar mais adequada para a compreensão de todos sobre o jogo.

O espaço físico pode ser a quadra de voleibol (um retângulo de 10 m por 20 m aproximadamente). É interessante destacar os quatro cantos da quadra com cones ou com bolas murchas.

Uma equipe espalha-se dentro desse espaço; a outra se organiza em duas colunas externamente à quadra, em um de seus cantos. Os primeiros de cada coluna constituem uma dupla, os segundos, outra, e assim por diante…

O primeiro da coluna mais próxima à quadra segura uma bola e, ao sinal do professor, deve lançá-la para o interior da quadra, se deslocando para dentro dela em seguida. Seu objetivo é fugir da bola que será arremessada contra ele pelos componentes da outra equipe, na tentativa de queimá-lo; enquanto isso seu parceiro, ao mesmo sinal do professor, sai correndo ao redor da quadra, tentando chegar ao último canto, o mais rápido possível.

Se a equipe espalhada na quadra conseguir “queimar” (acertar a bola) a criança da outra equipe, que está tentando se esquivar dos arremessos, antes que o corredor complete sua volta ao redor da quadra, ela ganha um ponto, e o jogo se reinicia com a segunda dupla tentando sucesso na façanha. Por outro lado, a equipe que está fora da quadra ganha um ponto quando o corredor chegar ao último canto da quadra antes do seu parceiro ser queimado.

O objetivo da equipe que está fora da quadra é conseguir que o companheiro que lança a bola se esquive dos arremessos durante o tempo em que seu parceiro leva para completar a corrida ao redor da quadra. Caso contrário, é a outra equipe que ganha esse ponto.

Depois que todos os alunos de uma mesma equipe passam pelas duas posições (de corredor e de “esquiva”), as equipes trocam de lugar. A contagem de pontos das equipes continua até o momento em que todos os componentes das duas equipes tenham passado pelas duas posições de destaque.

Finalizada a atividade, o professor deve promover entre os alunos uma troca de impressões sobre o jogo. É importante que eles ressaltem as sensações vivenciadas nas situações de destaque, momento em que a pressão dos colegas geralmente é bastante acentuada. Chame a atenção para o fato de que as pessoas reagem diferentemente às mesmas situações. Se possível, comente os motivos que levam a essas reações.

Texto Original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier

Edição: Equipe EducaRede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Diário de bordo

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Registro de processo
Tipo: Metodologias

O hábito de registrar as aulas é muito importante porque nos faz refletir sobre nossa prática e o conjunto das aulas que muitas vezes se perdem em atividades isoladas, mesmo tendo sido planejadas. Essa prática também pode ser estendida aos alunos que se apropriam dos conteúdos do curso e de seu próprio processo educativo.

O ponto de partida para essa atividade é realizar no início do ano uma aula inaugural em que você apresenta aos alunos o seu programa, as metas individuais e coletivas do grupo e combina com eles as regras de procedimentos e atitudes do aluno e a experiência de um diário de bordo.

O diário de bordo é feito coletivamente em caderno que circula pela classe: um aluno faz suas anotações e passa na aula seguinte para outro. Nesse texto, a partir de um roteiro, eles registram a aula que foi dada pelo professor e fazem sua avaliação quanto a itens combinados, tais como:

  • participação;
  • atitude – cooperação ou competitividade;
  • resolução de desafios, conflitos, problemas.

Para incrementar, sugira que o caderno tenha páginas numeradas, “Apresentação”, “Sumário” e seja ilustrado. No primeiro item, você ou os alunos registram em breve texto o objetivo do Diário e podem ilustrá-lo com fotos ou desenhos de esportes e da turma. No segundo, feito ao longo do processo, cada aluno escreve seu próprio nome e sua página (reserve folhas para isso). O corpo dos textos dos alunos também pode ser ilustrado.Inclua o diário de bordo no seu processo de avaliação e vá orientando o processo sem deixar de dar retornos periódicos para a classe. Uma boa medida também é incluir outras áreas, como Língua Portuguesa, nessa proposta e deixar o material na biblioteca, depois de pronto.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Desafios grupais com cordas

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 5ª a 9ª
Assunto: Jogo motor
Tipo: Jogos

Pular cordas é uma atividade que envolve habilidades como coordenação espaço-temporal e domínio de ritmo, e pode ser usada também quando se quer trabalhar a organização coletiva.

Para essa atividade, o professor divide a turma em equipes de dez a doze alunos, dá uma corda para cada grupo e propõe a eles que “pulem corda”, revezando os alunos que a batem. A idéia é propor, em um nível crescente de dificuldade, desafios que envolvam as habilidades individuais e a capacidade de organização do grupo. Pode-se alterar:

  • O número de pessoas que pulam simultaneamente.
  • O número de saltos permitidos a cada pessoa.
  • O número de vezes que a corda pode bater “vazia” (sem ninguém) entre um colega e outro do grupo.Exemplos de desafios:
  • “Cobrinha”: movimenta-se a corda rente ao chão, como se fosse uma cobra, e as crianças têm de pular por cima dessa cobra (esse desafio pode servir de aquecimento para os maiores ou de atividade para os menores).
  • “Reloginho”: as crianças formam um círculo e o professor (ou um aluno) fica em seu centro girando a corda, rente ao chão. As crianças devem pular a corda.
  • “Zerinho”: a atividade consiste em passar por baixo da corda, enquanto ela gira, sem pular. Depois, podem realizar o “zerinho em duplas”, com duas crianças de mãos dadas passando pela corda; o “zerinho em trios”, e assim por diante, até passar o grupo todo de mãos dadas.
  • “Corda maluca”: pular a corda batida ao contrário, para o lado inverso.
  • “Nunca três”: um aluno entra na corda e pula uma batida sozinha; na segunda batida, outra criança entra e pula uma batida junto com a primeira, que deve sair na terceira batida.
  • “Nunca vazia”: um aluno entra na corda, dá de um a três pulos antes de sair e a corda nunca deve bater “vazia” entre uma criança e outra.
  • “Sempre um”: o aluno deve entrar na corda e dar apenas um pulo antes de sair. A corda não pode nunca bater vazia e só pode ter uma criança de cada vez.

Para finalizar a atividade, o professor divide a classe em dois grupos e cada um deles propõe um desafio ao outro. Pode ser um dos desafios anteriores ou um criado por eles mesmos.

Texto original: Iza Anaclêto e Mônica Arruda Xavier
Edição: Educarede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

Curta-metragem “Uma história de futebol”

Disciplina: Educação Física
Ciclo: Ensino Fundamental – 5ª a 9ª
Assunto:
Tipo: Metodologias

Link para o curta: http://portacurtas.org.br/filme/?name=uma_historia_de_futebol

O curta conta histórias da infância do Rei do futebol. Zuza, companheiro de pelada, relembra as façanhas do menino Pelé nos campos de terra de Bauru.

Clique aqui e veja a proposta de trabalho

Texto Original: Projeto Porta-Curtas

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)