Quanto de água as plantas consomem?

Disciplina: Biologia
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Botânica, ecologia
Tipo: Metodologias

A água é um elemento essencial a qualquer ser vivo. Nas plantas, ela é indispensável para o funcionamento de todo metabolismo. A seiva bruta (água e sais minerais), por exemplo, é transportada da raiz às folhas de forma contínua, graças a uma característica particular da água, que é a coesão entre suas moléculas.

Segundo a teoria da Tensão-Coesão, o transporte da seiva bruta das plantas se dá devido à coesão das moléculas de água dentro dos finíssimos vasos xilemáticos (que são constituídos de células sobrepostas, formando colunas ininterruptas entre as raízes e as folhas, favorecendo o transporte de seiva bruta pela planta), e à tensão gerada pela perda de água em função da transpiração. Dessa forma, a perda de água pelas folhas promove a absorção de água pelas raízes.

Quanto de água uma planta consome?

Essa questão pode ser trabalhada com os alunos de uma forma experimental, na qual é possível avaliar esse consumo em diferentes condições.

A classe deve ser organizada em grupos de três alunos, e cada trio monta um experimento próprio. O trio é importante para que as medições possam ser realizadas mais de uma vez por dia, a partir de um cronograma elaborado pelos componentes do grupo.

Material necessário:

  • Ramos de 15 a 20 centímetros de plantas ornamentais, como hibisco, fícus, unha-de-gato, entre outras.
  • Seringas plásticas de 10 ou 20 mililitros, com êmbolo.
  • Água de torneira.
  • Estante ou suporte para manter as seringas em posição vertical.
  • Vaselina sólida, graxa ou goma de mascar.Como fazer:
  • Retirar as folhas da base do ramo, deixando apenas quatro ou seis folhas na extremidade oposta. As folhas devem ser retiradas com cuidado, para não lesar o caule.
  • Introduzir o caule pelo orifício da seringa (o comprimento do caule deve ser um pouco menor que o da seringa).
  • Vedar o orifício da seringa com vaselina, graxa ou goma de mascar, para que não haja perda de água.
  • Colocar água na seringa, deixando um espaço de cerca de dois centímetros para colocar o êmbolo.
  • Escrever em um caderno de registro qual o volume original de água, para posterior acompanhamento.
  • Colocar o êmbolo e manter a planta em local iluminado, porém não exposta diretamente ao sol.

Durante três ou quatro dias, os alunos devem medir o consumo de água da planta. Isso é possível observando-se a diferença entre o volume original de água no interior da seringa, registrado logo após a montagem do experimento, e os volumes medidos em dias sucessivos.

Após essa experiência inicial, os alunos podem testar o efeito da luz sobre o consumo de água pela planta, comparando o consumo de diversos ramos mantidos em locais com diferentes intensidades luminosas.

É possível alterar a intensidade de luz que incide sobre a planta colocando-a em locais que recebam mais ou menos luz. Podem-se experimentar variações no tipo de luz que as plantas recebem, colocando-as em uma caixa de sapato sem tampa e sem fundo, recoberta com papel celofane de diferentes cores, como vermelho, azul, verde e amarelo. Alguns alunos podem cobrir suas plantas com um saco plástico transparente, deixando-a nas mesmas condições originais de iluminação.

Todos os alunos devem medir e registrar o consumo de água e comparar com o consumo original, acompanhando o experimento por, aproximadamente, uma semana. Sempre que necessário, o volume de água da seringa deve ser completado, para que a planta não seque.

Os registros devem ser feitos a partir de um padrão preestabelecido com a classe. Pode-se organizar uma tabela, na qual os resultados sejam facilmente compartilhados entre os diferentes grupos. Além de padronizar o registro, é importante também padronizar a planta a ser utilizada, o número de folhas e a aparência do ramo.

Os alunos podem comparar os resultados e elaborar hipóteses para explicar as diferenças no consumo observadas nas diversas condições.

Por último, o professor pode pedir a elaboração e a realização de experimentos que testem tais hipóteses. Por exemplo, caso surja a hipótese de que a luz estimula a transpiração, os alunos podem montar uma seringa com uma planta que é deixada por um dia em condições de baixa luminosidade e outra sob alta intensidade de luz. Em cada situação, as medidas de consumo devem ser tomadas pelo menos quatro vezes.

Texto original: Paulo Roberto da Cunha
Edição: Equipe EducaRede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

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