O Óleo de Lorenzo

Disciplina: Biologia
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Metabolismo e biologia das células
Tipo: Filme
Onde encontrar: Locadoras de vídeo de todo o país

Em muitas situações no estudo da Biologia, a compreensão de um determinado fenômeno requer o estabelecimento de relações entre acontecimentos visíveis e facilmente observáveis com outros microscópicos e de difícil compreensão. Esse é o caso de muitas doenças.

Transitar conceitualmente entre fenômenos aparentes, como a manifestação de doenças e suas causas metabólicas, possibilita ao aluno compreender as relações entre os fenômenos que ocorrem no microuniverso das células e o funcionamento do corpo de forma geral.

O filme “O Óleo de Lorenzo”, de George Miller, retrata a saga de uma família que se depara com uma doença rara em seu filho Lorenzo, a Leucodistrofia (ALD). Contrariando as expectativas médicas e o comportamento de outros pais com filhos que têm a mesma doença, os pais de Lorenzo entregam-se a uma busca incessante para obter uma explicação e um tratamento para a enfermidade.

Dedicando horas ao estudo sobre o funcionamento de células, lipídios, enzimas e do metabolismo, eles descobrem a causa enzimática da doença e posteriormente, aplicando um genuíno método dedutivo, descobrem um tratamento que alivia os efeitos da doença.

Por basear-se em uma história real, o filme relata esses acontecimentos de forma bastante verossímil. O professor pode explorar diferentes aspectos para trabalhar conceitos da Biologia, por exemplo:

  • Por tratar-se de uma doença hereditária, transmitida exclusivamente pelas mães aos filhos homens, pode-se explorar o conceito de herança ligada ao sexo.
  • Durante o filme, os médicos e os pais de Lorenzo utilizam continuamente o método científico para tentar elucidar os mecanismos geradores da doença. Nesse caso, é possível explorar o significado do método científico, o teste de hipótese, o que é uma teoria e por que um medicamento ou tratamento deve ser intensamente estudado antes de se tornar público.
  • Ao explorar hipóteses para a manifestação da doença, o pai de Lorenzo elabora dois modelos de atuação das enzimas encarregadas de metabolizar os ácidos graxos de cadeias longas – o modelo da “pia” e o modelo da única enzima. O professor pode solicitar aos alunos que repitam os esquemas propostos por ele em sala de aula e discutam suas implicações.
  • Outra possibilidade de exploração do vídeo em sala de aula diz respeito aos lipídios e suas características químicas.

A atividade consiste em dividir os alunos em três grupos temáticos, da seguinte forma: o Grupo 1 descreve a doença e seu desenvolvimento; o Grupo 2, as hipóteses e teorias propostas no filme; e o Grupo 3, os diferentes tratamentos que existem, suas finalidades e resultados.

Como o filme é longo, o professor precisa organizar a apresentação em duas sessões (divididas em duas aulas) ou fora do horário regular. Após assistir ao filme, cada grupo deve pesquisar em outras fontes (livros e Internet) e preparar painéis que sintetizem seus aprendizados.

O Grupo 1 descreve o desenvolvimento da doença, relacionando o excesso de lipídios de cadeia longa à degeneração da bainha de mielina, que recobre os neurônios do sistema nervoso.

O Grupo 2 organiza painéis explicativos com as duas hipóteses apresentadas no vídeo — a hipótese da pia e a da enzima comum. Além disso, deve fazer um resumo sobre o método científico.

Por fim, o Grupo 3 organiza um painel, mostrando por que os diferentes tratamentos se baseiam em mudança da dieta alimentar e a relação entre dieta e metabolismo.

Referência:
O Óleo de Lorenzo, de George Miller.
EUA, 1992, 135 minutos.
Até completar cinco anos de idade, Lorenzo era uma criança normal. Subitamente, ele começa a agir de forma agressiva e passa a preocupar os pais. É diagnosticada uma doença muito rara chamada ALD, que provoca uma incurável degeneração no cérebro, levando o paciente à morte em no máximo dois anos.
Frustrados com o fracasso dos médicos e a falta de medicamento para a doença, os pais do menino começam a estudar e pesquisar sozinhos, na esperança de descobrir algo que possa deter o avanço da doença.

Texto original: Paulo Roberto da Cunha
Edição: Equipe EducaRede

(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)

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