Disciplina: Arte – Educação Artística
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Teatro
Tipo: Metodologias
Fazer teatro na escola, além de ser um aprendizado coletivo, representa uma aventura desafiante e fascinante. Afinal, praticar a Arte da Representação é exercitar-se também nas Artes da Luz, do Som e do Povo. Agregando professores, alunos, profissionais da Educação, comunidade e voluntários, a partir de um projeto amparado em uma necessidade comum, a aventura teatral deve ser desenvolvida em algumas etapas distintas ou processos de trabalho, que se articulam e se completam. Essas etapas, ainda que de maneira esquemática, podem ser assim resumidas:
Formação do grupo
Convide os interessados a participar, por meio de cartazes, anúncios nas salas de aula e em espaços comunitários. Quando as pessoas se apresentarem, integre os participantes e ofereça possibilidades para que desenvolvam sua capacidade de observação, por meio dos jogos dramáticos.
Escolha do texto
O texto a ser apresentado pode ser de algum escritor consagrado ou pode ser escrito pelo próprio grupo, a partir de improvisações. A escolha/criação do texto deve levar em conta o público a quem o espetáculo prioritariamente se destina e os valores estéticos, educacionais e sociais que o grupo quer debater.
Você pode ter acesso a muitos textos de teatro, por meio da revista Teatro da Juventude, editada e distribuída gratuitamente pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo. Já foram publicados 34 números, contendo em cada um deles, normalmente, três obras de autores brasileiros, entre infantis, juvenis e adultas.
Endereço para solicitação da revista:
Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo Revista Teatro da Juventude Rua Mauá, 53 – 3o. andar 01028-900 São Paulo – SP
Ensaio
A formação ou preparação do grupo é a primeira parte do processo de ensaio. Por meio de atividades como as sugeridas no item Jogando e Aprendendo a Fazer Teatro, cada participante aprende a conhecer melhor a si mesmo e a seus companheiros, à medida que todos têm dificuldades e necessidades semelhantes.
A segunda etapa, de duração variada, acontece a partir da escolha de determinado texto, que se pretende apresentar ao público, e da personagem mais adequada a cada um. Agora o foco é apoiar cada participante para que ele consiga construir bem a personagem que lhe cabe na peça. Você deverá orientar o grupo nas seguintes atividades:
leitura e análise do texto, observando com cuidado os conflitos entre as personagens e suas características físicas e psicológicas;
memorização do texto, lembrando que é importante que o participante tenha consciência dos significados das falas e do texto como um todo;
ensaio de marcação, evidenciando como as personagens praticam ações no espaço de representação, relacionando-se umas com as outras e com os objetos de cena;
ensaios um a um – você observará um participante de cada vez, fazendo os comentários necessários para que o trabalho dele possa ser o melhor possível. Desse modo, se de determinada cena participarem, por exemplo, dez atores, você irá assistir à mesma cena dez vezes, priorizando, em cada uma delas, um dos participantes;
ensaio de afinação ou ensaio corrido – processo em que todos os acertos se fazem: interpretações, adereços de cena, inclusão de trilha musical, maquiagem, luz… Trata-se do processo final para que o espetáculo tenha ritmo.
Criação do figurino e dos cenários
Enquanto acontece a segunda etapa dos ensaios, é preciso ir criando os figurinos, ou seja, as roupas (que podem ser emprestadas, adaptadas ou confeccionadas) e adereços (chapéus, enfeites, objetos) que serão usados – e também o cenário.
O cenário e os adereços podem ser criados com a ajuda de pessoas que gostem de artes visuais ou de artesanato). O cenário deve ser seguro e nunca colocar em perigo o ator; ter funcionalidade e não atrapalhar a movimentação dos atores. Deve-se evitar ao máximo interromper o espetáculo para trocas de cenário.
Importante: a criação de cenário e adereços deve levar em conta as características do local onde o espetáculo será apresentado: o auditório ou teatro da escola, o pátio, a quadra de esportes, uma sala de aula, a fachada da escola, a rua em que fica o prédio escolar, uma praça vizinha à escola.
A luz, a maquiagem, a trilha sonora, as projeções de slides… não são essenciais, mas podem fazer parte do espetáculo.
Divulgação do espetáculo
O material de divulgação do espetáculo junto às pessoas da escola e da comunidade – convite, cartazes, programas – pode ser preparado por outros alunos e voluntários não participantes do espetáculo. Envolva nessa atividade as pessoas que gostam de expressar-se por escrito.
Apresentação do espetáculo
É o momento-festa em que o conjunto de criadores se confronta com o público: hora de celebração, de tensão, de ansiedade e de muito prazer.
Debate
O exercício democrático exigido por um trabalho teatral conseqüente, em suas diferentes etapas até o espetáculo, atinge sua natureza específica quando o público é chamado a participar, na condição de debatedor e companheiro do processo. Sendo sua função social, educativa e artística, o espetáculo enriquece todos os sujeitos do process
Fonte:
A Arte é de Todos: Artes da Representação, publicação elaborada pelo CENPEC.
Os sites indicados neste texto foram visitados em 12/02/2004
Edição: Equipe EducaRede
(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)
Eu quero fazer uma peça teatral para escola