Las Libertarias
Disciplina:
Língua Espanhola
Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Guerra Civil Espanhola
Tipo: Filme
Onde encontrar: Videolocadora 2001
Associar o aprendizado de uma língua estrangeira ao conhecimento da cultura é extremamente enriquecedor, além de ser um estímulo para que os alunos reflitam sobre as diferenças culturais, procurando compreendê-las dentro de seu contexto e da história de cada povo ou nação.
No âmbito lingüístico, por exemplo, é importante recordar que na Espanha existem quatro línguas oficiais – espanhol (ou castellano), gallego, vasco e catalán – e que três delas ficaram proibidas durante a ditadura franquista.
Considerando que a língua é um fator de unidade cultural, a proibição aos galegos, vascos e catalães de falar suas respectivas línguas fez com que a questão separatista se tornasse extrema nessas regiões, com fortes repercussões políticas e culturais. Essa explicação é importante para elucidar atitudes que para nós, estrangeiros, não fazem muito sentido; mas que são fundamentais para entender o contexto espanhol.
Para trabalhar as questões lingüísticas, históricas e culturais, o professor pode utilizar o filme “Las Libertarias”, de Vicente Aranda. O filme traz um fato histórico-cultural da Espanha – a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) –, que culminou com a subida de Franco ao poder, mudando radicalmente a vida dos espanhóis. Por tratar-se de uma questão histórica, essa atividade pode ser conduzida juntamente com o professor de Historia.
Ao estudar a Guerra Civil Espanhola, não existe somente uma perspectiva a ser considerada: alguns estudiosos, por exemplo, privilegiam a questão republicana e a interferência internacional; outros a situam como o começo da Segunda Guerra Mundial.
O filme de Vicente Aranda aborda a Guerra Civil Espanhola a partir de uma perspectiva anarquista e feminina da história (não somente “feminista”, que é um movimento em ascensão na época). Além disso, mostra as divergências ideológicas dentro do próprio movimento de esquerda, entre comunistas e anarquistas.
Para discutir o filme, pode-se destacar os seguintes tópicos:
- A partir das protagonistas do filme, como era a relação das mulheres com a História?
- Quais as diferenças entre a perspectiva feminina e a feminista?
- Qual era a posição da Igreja durante a Guerra Civil?
- Por que o povo e os revolucionários se colocaram contra a Igreja?
- Que divergências haviam dentro da própria Igreja?
- Quais os anarquistas mencionados (por exemplo, Durruti e Bakunin) e a importância dos livros citados no filme?
- Por que a Guerra Civil ficou conhecida como “Guerra Fratricida”?
- Em que lugares se passa o filme e por quê?Estes são apenas alguns dos tópicos que podem ser abordados. O professor pode enriquecer o estudo trazendo artistas importantes, como Picasso e o quadro “Guernica”, que representa os horrores da Guerra e faz referência ao massacre ocorrido na cidade de mesmo nome, em 26 de abril de 1937.Do ponto de vista da aprendizagem da Língua Espanhola, ao ver o filme o aluno estará trabalhando principalmente a compreensão auditiva. Para trabalhar a oralidade, o professor pode propor um debate após o filme, seguindo os tópicos destacados acima ou outros que lhe parecerem relevantes.
Em seguida, pede para os alunos estabelecerem alguns temas relacionados ao filme e ao debate, para fazer um texto argumentativo sobre eles.
Desse modo, o professor trabalha um tema histórico-cultural importante, aliando-o ao desenvolvimento de habilidades lingüísticas: compreensão auditiva, expressão oral e escrita.
Por último, se o professor conhecer algum texto sobre o assunto ou sobre os temas propostos pelos alunos, poderá trabalhá-lo também, o que permitirá exercitar ainda mais a leitura e a compreensão de textos.
Para aprofundar:
BOM MEIHY, José C. S. & BERTOLLI FILHO, Claudio. A guerra civil espanhola. São Paulo: Ática, 1996.
BLINKHORN, Martin. A guerra civil espanhola. São Paulo: Ática, 1994.
Referência:
Las Libertarias, de Vicente Aranda. Espanha, 1996, 121 minutos.
No dia 19 de abril de 1936, a revolução explode em uma cidade próxima a Barcelona. Fugindo do convento que está sendo saqueado pelos revolucionários, a jovem freira Maria procura abrigo em um prostíbulo. Um grupo de guerrilheiras também chega ao local para defender as prostitutas. María junta-se à líder Pilar e a Floren, em sua jornada ao campo de batalha.
Texto original: Luiza Martins da Silva e Tatiana Francini Girão Barroso
Edição: Equipe EducaRede
(CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)
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