Como Não Ser Enganado nas Eleições

Como Não Ser Enganado nas Eleições

Disciplina:

História

Ciclo: Ensino Médio
Assunto: Cidadania política
Tipo: Texto

Onde encontrar: Em livrarias ou na Editora Ática

Atualmente, constata-se uma diminuição do interesse das pessoas em geral pela política. Trata-se de um fenômeno que extrapola nossas fronteiras, atingindo países de todos os continentes, ricos e pobres igualmente.

Vários autores têm se dedicado ao assunto, dos mais variados pontos de vista. Em que pesem as razões mais “globalizadas”, aqui no Brasil temos motivos de sobra para o desinteresse e o descaso da cidadania: a gravidade dos problemas sociais que se arrastam por séculos é um deles. Muitas pessoas desanimam e justificam sua descrença e seu conformismo na incapacidade dos políticos brasileiros de transformarem essa situação.

É certo que boa parte de nossos políticos contribui para esse descrédito. Mas geralmente esquecemos que vivemos em um regime democrático, isto é, elegemos periodicamente os nossos representantes. Então: nós escolhemos os políticos que estão no governo, muitas vezes nos deixando enganar com discursos vazios e promessas mirabolantes, para não falar de outros mecanismos mais escusos.

Se acreditarmos que as coisas podem ser diferentes e que a escola tem um papel importante na formação da cidadania dos alunos, então devemos considerar que há muito o que fazer para estimular discussões entre eles e sensibilizá-los para a importância de uma participação maior nos rumos da cidade e do país, começando por uma escolha mais consciente e responsável dos nossos governantes.

Um material que pode ajudar nessa tarefa é o livro “Como Não Ser Enganado nas Eleições”, coordenado por Gilberto Dimenstein, com a colaboração de profissionais de diversas áreas, como Herbert de Souza (o Betinho), Bolívar Lamounier, Boris Casoy, Cacá Rosset, Gustavo Venturi, Júnia Nogueira de Sá e outros.

Nos textos, cada um desses autores se propõe a desvendar os mecanismos de “enganação” dos eleitores, a partir do conhecimento de que dispõem nas suas respectivas áreas. Destaques:

  • O ensaio fotográfico-humorístico do ator Cacá Rosset, ao longo do livro, expondo ao ridículo os chavões e as atitudes mais comuns dos políticos tradicionais.
  • O artigo “Você Pode Confiar nos Jornais?”, da jornalista Júnia Nogueira de Sá, na época ombudsman do jornal “Folha de São Paulo”.
  • As preciosas dicas do sociólogo Gustavo Venturi, para que os eleitores não sejam enganados pela forma como são apresentados e/ou interpretados os resultados das pesquisas eleitorais.
  • O texto-base do coordenador do livro, jornalista Gilberto Dimenstein.Esse livro proporciona oportunidade de trabalho bem interessante, começando com uma leitura do texto completo, se possível, em casa. Depois, em várias aulas, planejadas com os professores de Língua Portuguesa, História, Geografia, Filosofia e Educação Artística, pode-se abordar um meio de comunicação por vez, escolhendo os textos adequados no livro e usando as próprias questões ali apontadas como problematização inicial.

    Por exemplo, uma aula sobre “Jornal e Eleições” pode começar com a pergunta feita por Júnia no seu artigo (p. 20): “Mas será que se pode confiar em tudo – tudo – o que sai publicado nas revistas e jornais?”. Depois de ouvir e registrar as respostas dos alunos, a leitura oral e a discussão do texto pode ser enriquecida por contribuições do professor de Língua Portuguesa, sobre o jornal como veículo de comunicação e suas diferentes propostas de trabalho com a notícia – a leitura crítica de jornais.

    Com essa base inicial, a classe organizada em grupos pode fazer um acompanhamento das eleições em diversos jornais, comparando notícias e editoriais sobre as eleições e os candidatos, procurando reforçar seu olhar crítico com as indicações dos demais textos do livro.

    Pode-se, também, propor atividades envolvendo outros aspectos tratados no livro: eleições e TV, o marketing dos candidatos e outros.

    Em tempo: A ONG Transparência Brasil disponibiliza informações recolhidas em bancos de dados públicos a respeito de candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições de 2006. “A intenção é propiciar ao eleitor uma decisão mais informada sobre seu voto para deputado federal”, explica o site. Que tal desenvolver um trabalho usando essas informações? Endereço: http://perfil.transparencia.org.br/

    Referências:
    DIMENSTEIN, Gilberto (coord.). Como Não Ser Enganado nas Eleições. São Paulo: Ática, 1994.

    Texto original: Ronilde Rocha Machado
    Edição: Equipe EducaRede

    Os sites desta página foram visitados em 18/08/2006

 (CC BY-NC Acervo Educarede Brasil)
05/09/2002

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *